segunda-feira, 7 de maio de 2012

É como se quisesses escapar à tua própria sombra. Tu foges, fintas e paras a olhar para ela à espera que vá embora, mas é persistente e não te larga. Às vezes, toca-te no ombro… como se precisasses que te lembrasse da sua presença. Quando as nuvens afastam a luz e vês a sombra de nada, achas que ela desapareceu. A verdade é que continua lá, presa a ti. E na meia-luz pensas não ver o que sabes que não foi embora. Depois, quando volta o sol, finges aceitá-la e finges tão bem que começas a acreditar. Mas ela corre a perseguir-te. Acompanha o teu passo, ora acelerado, ora demorado, e brinca contigo quando giras em torno de ti próprio. É inatingível. E no momento em que decides tentar apanhá-la, cais e voltas a cair até que o cansaço te vença e te permitas ceder à cor da tua própria sombra.
VS

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