terça-feira, 8 de maio de 2012



Há um dia…
E chega o dia que terás de partir. Na consequência do que foi e do que será, terás de lutar contra o choro, contra a fraqueza humana, contra mil e uma coisas a saltarem-te pelo corpo inteiro, a corromper cada pedaço entranhado no teu ser. Como se se partisse a alma, como quem parte um vaso, deixado cair, assim. E quem foste, não voltarás a ser. Tudo muda, tudo parte. E, quando voltares, as palavras não serão as mesmas – não poderiam ser. Porque essas faziam parte do passado e não do futuro presente; porque as circunstancias marcam, deformam e criam novas formas e feitios, ventos e marés. Digo, somente, é a sensação de perder que me conforta a alma. Incrível, mas é. Como se fosse preciso sentir o barco esvaziar para o querer encher novamente. É preciso haver braços que abracem, mas igualmente preciso é haver olhos que, sobretudo, falem. E lagrimas para chorar quando assim for preciso… Corpos que amem, que corram, que lutem. Suor que saiba a vitória. E frio que chegue ao coração, que gele. Gele muito até que parta. E, caso não parta, que me dê razões para o desejar aquecer de novo. É preciso tudo isto e um pouco mais. 

EG




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