quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um atrás, outro na frente. Os dois, lado a lado, tensos e ligeiramente afastados. 360 graus e permaneço igual, intacta. Ponto fixo. Aproximam-se como duas crianças inocentes. Saltam juntos, juntos como raízes de árvore e terra húmida que o calor não deixa durar muito. Flectem e voltam a esticar. Trocam. Depois, um de cada vez. Cada um na sua vez – ora um, ora outro – para que não se atropelem na estranha estrada deserta. Levantam como dois pássaros e caem como duas folhas. Mas leve, como a dança do vento, leve. Assim caminham em bicos dos pés, a fim de não pisar caminhos errados. Tudo subtil e elegante. Depois, numa frágil corrida, encontram a extensão das mãos, que tanto amam. Mas depois o corpo tropeça e cai. Dá uma cambalhota e volta a esticar-se como uma agulha. Depois desce. Um para trás, afastando-se e o, outro, é preso pela exaustão do esforço. Enrola-se-me todo o corpo num desejo apertado, mas tão distante que volta a cair sem mais força para se pôr de pé.

EG

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