quinta-feira, 17 de março de 2011

Não disse as palavras
À força de as escutares
Muito menos de as sequer agarrares
Nunca as disse por mera aceitação
Mas afinal tudo o que tenho dito
 É agora vão
Ainda eu tivesse calado
Como estátua de mármore gélido
Ou talvez
Tivesse apenas sussurrado
Para que o mar me levasse
Para longe
Infinitiva mente
 Perto
Do nada
Ou talvez do calor
Do vento invernal
Derrubaram os poucos
Dos poucos
Ríspidos muros
Que eram a nossa carta escrita
Sem palavras
Nem pontos
Sem nada
De nada
E hoje
Perdemos os muros
Perdemos até a carta
Perdi as tuas linhas nunca certas
E tu perdeste-me
Inundada
De nada






EG

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