A verdade é que continuamos a ignorar tudo o resto. Tu ignoras o que se vive, e eu ignoro a tua ignorância. Preocupa-me que não vejas, ou que não queiras ver. Preocupa-me que seja eu a única a ver, ou que seja eu a única que ainda não tenha visto. Por quanto tempo, afinal? Há palavras cujo significado desconheces, ou simplesmente seja eu que não as saiba dizer. Contudo, pesquisei as mais variadas formas, já tu disse com todas as letras, com todas as palavras, com todo o coração. Faltas tu. Ou talvez falte eu. Tu que me entendas e me digas…Ou eu, que entenda o teu tom de voz e perceba com toda a clareza se tudo o que dizes é puro. Talvez estejamos na mesma situação. Talvez eu não perceba e tu já me tenhas dito. Talvez tu não me percebas e eu já te tenha dito. E agora? A verdade é que quando alguém fala olhas para mim, ou talvez eu olhe para ti, talvez olhemos os dois, como se o olhar reconfortasse todas as dúvidas do que gira à volta, e todas as coisas que se dizem à nossa volta. Mal eles sabem…
A.
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